TERAPIA E PRÁTICA AUTOCRIATIVA COM WELBER SILVA

CRIATIVIDADE E AUTOCONHECIMENTO PARA TRANSFORMAR A VIDA!

Seja bem-vindo(a)! Se você chegou até aqui é possível que esteja lidando com um problema complexo ou um padrão repetitivo indesejado que acontece em algum ponto da sua vida, e já se cansou disso. Muitos me procuram após anos de terapias frustradas, para lidar com questões enraizadas que travam a vida e que são aparentemente intratáveis por meios convencionais. Outros, me procuram em busca de autoconhecimento ou clareza em relação a uma situação específica, e precisam acessar o melhor de si em termos de autoconsciência, criatividade e recursos.

Meu trabalho se baseia numa perspectiva construtivista e humanista, e tem um olhar sistêmico sobre a dinâmica de ser humano. A experiência como psicoterapeuta nos últimos 20 anos, o Clean Language de David Grove, a Modelagem Simbólica de James Lawley e Penny Tompkins e a Terapia Breve Focada em Solução – abordagem baseada em evidências criada por Insoo Kim Berg e Steve de Shazer, formam a base da minha proposta de desenvolvimento pessoal e mudança, com a Terapia & Prática Autocriativa.

Para quem quer dar mais vida à vida!

A Prática Autocriativa é para quem procura uma jornada mais autêntica de mudança, quem aprecia pensar de forma independente e valoriza expressar o potencial criativo para facilitar descobertas e soluções.

É para quem deseja descobrir suas forças e recursos ocultos em sua biografia e experiências de vida, para quem quer exercer o conhecimento que possui tacitamente, mas que nunca teve a chance de trazer à consciência. É para quem quer construir um futuro melhor, independente do ponto em que esteja agora. É para quem quer dar mais vida à vida, genuinamente, de dentro pra fora

  • É para quem quer superar um problema, obter mais clareza sobre uma questão em particular, transpor obstáculos emocionais ou comportamentais que estejam paralisando a vida, como a ansiedade, depressão, traumas, fobias, pânico, luto, problemas no relacionamento ou a perda de esperança;
  • É para quem quer tomar uma decisão importante, iniciar um recomeço de vida, desenvolver uma meta, ideia ou um projeto específico, para quem deseja ampliar perspectivas e a criatividade para o desenvolvimento pessoal ou profissional;
  • É para quem quer desenvolver maior autoconsciência, senso de propósito e uma conexão mais autêntica consigo mesmo(a). E ter uma vida mais significativa com experiências profundas de autoconhecimento, com o que é essencial.  É para quem quer ter um tempo exclusivo para si, como um presente especial, um retiro pessoal de autoaprendizagem.

A Prática Autocriativa parte da premissa de que, como seres humanos, somos um sistema auto-organizado, naturalmente criativos, inteligentes, adaptáveis e tendentes à autorrealização. E que, portanto, possuímos uma capacidade inerente de autocriar, ou seja, de aprender através da própria experiência, crescer e evoluir. A função do processo é prover um contexto em que essa capacidade natural possa se expressar psicológica, emocional e comportamentalmente, em prol de um resultado desejado e uma vida mais significativa.

Durante a prática, utiliza-se essencialmente o Clean Language (Linguagem Limpa), método desenvolvido pelo psicólogo neozelandês David Grove – com perguntas específicas cuidadosamente planejadas, livres de sugestões, opiniões ou conteúdos – que unidas às suas próprias palavras, refletem de volta aspectos da sua experiência e lhe convida a uma viagem interior em busca de autoconhecimento, do seu conhecimento tácito. Esse processo retira a casca superficial do nosso raciocínio mental comum e nos permite pensar autocriativamente, em comunhão com o saber do corpo inteiro, com a natureza do que estrutura os nossos pensamentos, sentimentos e comportamentos. É uma experiência profunda, cujo resultado é um engrandecimento de consciência, maturidade e uma jornada interior de intensa aprendizagem para toda a vida!

A Modelagem Simbólica

James Lawley e Penny Tompkins, criadores da Modelagem Simbólica, a definem como um processo que utiliza o Clean Language para facilitar que as pessoas descubram como suas metáforas expressam a sua forma de ser no mundo. A metodologia, desenvolvida a partir do trabalho de David Grove, considera o indivíduo como um sistema auto-organizado que codifica o significado de sentimentos, crenças, experiências e comportamentos como metáforas na mente corporificada. A abordagem permite que você entenda seus próprios padrões individuais de pensamento e comportamento por meio de metáforas, para ter mais clareza sobre uma questão em particular ou facilitar mudanças em prol de um resultado desejado.

A ideia da modelagem parte da premissa de que todos nós utilizamos modelos mentais para dar significado ao mundo e nos orientar em nossas vidas. Usamos nossos modelos para realizar atividades práticas do dia a dia como dirigir ou cozinhar, bem como para processos internos, como tomar decisões, lidar com frustrações, nos relacionar, raciocinar e assim por diante. Todos esses modelos incluem informações sobre as nossas crenças, valores e sobre a nossa identidade, bem como a estrutura do nosso funcionamento em um determinado contexto ou atividade. Alguns modelos estão mais disponíveis para nós conscientemente do que outros; podemos explicar como andamos de bicicleta, mas é improvável que uma pessoa tenha alguma ideia do seu modelo interno de funcionamento ou como cria uma experiência de desesperança e angústia. Tornar este tipo de processo interno consciente requer modelagem e, como o nome Modelagem Simbólica sugere, ela facilita pessoas a acessarem seus modelos de mundo – sua matriz, encorajando-as a pensar simbólica ou metaforicamente. A metáfora – considerada a linguagem da nossa mente inconsciente – consegue transportar uma quantidade enorme de informações, e em sua essência, destaca o padrão e a estrutura de funcionamento de uma experiência.

Através da modelagem, podemos facilitar você a se automodelar, ou seja, acessar o seu modelo de mundo conscientemente e mapear a estrutura da sua experiência em um determinado contexto, seja este um problema ou um resultado desejado, para que tenha uma compreensão experiencial dos limites lógicos que te levam a funcionar como funciona, assim como os recursos necessários para evoluir e transcender o seu modelo de mundo, com uma forma mais saudável e significativa de ser.

A Modelagem Simbólica é uma abordagem que permite que se trabalhe com os níveis mais altos de experiência – crenças essenciais, senso de identidade e propósito, o existencial – e também questões complexas, aparentemente intratáveis. É particularmente útil para trabalhar com problemas repetitivos e de difícil resolução que não encontram progresso com abordagens tradicionais. Assista abaixo, uma demonstração prática de Modelagem Simbólica, onde facilito o Lucas a evoluir o seu modelo de mundo a partir do seu resultado desejado (‘ter mais coragem’), que dentro do seu contexto, era necessário para mobilizar diversas áreas da vida:

A Terapia Breve Focada em Solução

A Terapia Breve Focada em Solução (Solution-Focused Brief Therapy) é uma abordagem terapêutica baseada em evidências, desenvolvida por Steve de Shazer e Insoo Kim Berg em colaboração com seus colegas do Milwaukee Brief Family Therapy Center no início da década de 80. Uma característica distinta da abordagem, é o fato de que foi desenvolvida indutivamente, baseada em observações concretas da prática clínica real ao invés de suposições prévias, teorias ou conjecturas. Berg, de Shazer e sua equipe passaram milhares de horas observando cuidadosamente sessões de terapia ao vivo e gravadas. Quaisquer comportamentos ou palavras por parte do terapeuta que levassem de forma confiável a uma mudança terapêutica positiva aos clientes, foram cuidadosamente anotados e incorporados à abordagem. Na maioria das abordagens psicoterapêuticas tradicionais, os profissionais presumem que é necessário fazer uma análise extensa da história e da causa dos problemas de seus clientes antes de tentar desenvolver qualquer tipo de solução. Os Terapeutas Focados em Solução veem o processo de mudança terapêutica de maneira radicalmente diferente. Seguindo as observações de Steve de Shazer, reconhecem que “embora as causas dos problemas possam ser extremamente complexas, as soluções não precisam necessariamente ser”.

Na Abordagem Focada em Solução, acreditamos fundamentalmente que a natureza e a linguagem da solução é diferente da do problema e que operam em cognições distintas. Portanto, em vez de nos concentrarmos no problema ou tentarmos suprimi-lo, como ocorre nas terapias tradicionais, focamos diretamente no resultado desejado que você define conosco no início da terapia, lhe auxiliando a descobrir e desenvolver uma vida com a presença do seu futuro preferido, para co-construirmos juntos, um repertório comportamental e os recursos necessários para uma solução prática que você possa implementar espontânea e genuinamente.

A abordagem é baseada em pontos fortes, apoia a autodeterminação e é projetada para facilitar mudanças profundas da maneira mais rápida possível. Em resumo, é uma abordagem de psicoterapia breve, baseada em evidências, focada em solução, que estimula a esperança, a criatividade e emoções positivas para formular, motivar, alcançar e sustentar uma mudança desejada. Conheça um pouco mais sobre como funciona a abordagem na prática, através da transcrição de uma sessão real completa:

TRANSCRIÇÃO DE UMA SESSÃO COMPLETA DE TERAPIA BREVE FOCADA EM SOLUÇÃO

A transcrição abaixo se inicia após a sessão de anamnese com o cliente (Encontro Inicial), realizada uma semana antes. Para preservar a identidade do cliente, todos os dados sensíveis que permitiriam identificá-lo foram modificados, como nomes, gêneros, referências a lugares, etc. Essa transcrição representa o Modelo Limpo da Abordagem Focada em Solução (Diálogo Autocriativo), desenvolvido por Welber Silva.

(T = Terapeuta e C =Cliente)

TRANSCRIÇÃO

T1: Oi João, nós nos encontramos na última semana, e a gente conversou, falei com você como funciona essa questão do seu quadro. Dei algumas indicações pra você procurar um profissional psiquiatra…

C1: Ah eu já entrei em contato com ele também.

T2: Ah tá, bacana! E você já chegou a fazer a consulta?

C2: Ainda não, ainda não.

T3: Ok! E como se passou uma semana, o que você notou que está melhor desde a última sessão que nós tivemos?

C3: Então, eu tive outras crises, como você tinha dito que poderia acontecer e eu percebi que hoje, depois da sessão que a gente teve, eu tô conseguindo controlar um pouco melhor a situação. Às vezes sim, às vezes não. Mas antes eu não conseguia controlar de jeito nenhum. Agora eu consigo controlar com mais facilidade. Por exemplo, veio uma crise muito pesada antes de ontem, então eu consegui por algum momento controlar, mas depois eu perdi o fio da meada e acabou mesmo evoluindo para uma crise de muito tempo mesmo.

T4: Huuum

C4: Mas ontem, por exemplo eu consegui controlar, foi muito bacana, foi muito tranquilo, e durante o dia, de antes de ontem, eu consegui controlar, até chegar ao ápice. Eu consegui controlar diversas vezes durante o dia, os pensamentos, as coisas assim, e tô tendo um pouco mais de domínio sobre isso.

T5: E que tipo de domínio é esse domínio, que você está tendo um pouco mais?

C5: Por exemplo, veio na minha cabeça os pensamentos, aí eu consigo revertê-los. Às vezes eu consigo revertê-los, acreditar que aquilo é mentira, coisas da minha cabeça, que é só mesmo uma alucinação. Que é só uma coisa que veio na minha cabeça, um pensamento, e que eu consigo dar conta dele ali. Às vezes eu tô conseguindo fazer isso com mais facilidade e voltar, voltar a si, voltar, voltar de novo pro meu normal, assim mais rápido também.

T6: E como você fez isso?

C6: Ué, eu comecei a fazer perguntas pra mim, se isso tinha, por exemplo, é real mesmo isso? Essas pessoas que você acha que estão aqui na casa, é real? São mesmo pessoas reais? Porque todo dia você pensa nisso, mas, nenhum dia que você pensa que isso vai acontecer, não acontece. Pensamentos assim.

T7: Huum. E o que fazer isso te proporcionou?

C7: Ah, o conhecimento de que saber com o que eu estava lidando, que é tudo fruto da minha cabeça, que é fruto da minha imaginação.

T8: E tem mais alguma coisa sobre esse um pouco mais de domínio e esse estar conseguindo controlar com mais facilidade?

C8: Então, mesmo assim, mesmo com esse domínio, mesmo assim, por exemplo, antes de ontem, eu fiquei até duas da manhã com medo, sentado na cama, assim, à espreita, com medo de alguém entrar no quarto. Mesmo sabendo que não era verdade, eu continuei fazendo a mesma coisa. Um mecanismo de defesa, parece, ou coisa assim.

T9: Sim, sim. E o que mais você notou que está melhor ao longo dessa última semana?

C9: Ah, durante a semana, por exemplo, eu percebi que quando eu tô num lugar com mais pessoas, por exemplo, nós fomos para o interior, onde que estão todos os nossos familiares, onde eu me sinto seguro, como na casa do meu irmão, na casa do pai da Leila, e lá eu não tive nenhuma vez isso. A gente ficou de sábado pra domingo e domingo pra segunda e eu não tive nada, nada, nada.

T10: E o que aconteceu de diferente lá?

C10. Ah, a gente faz tudo diferente lá. A gente brinca, a gente se diverte, a gente vai lá pra fazer isso. A gente tem o Antônio que é o nosso sobrinho, tem a mãe e o pai da Leila, e a gente vai pra sorveteria, faz um churrasco, faz um happy hour, e cozinha em casa mesmo.

T11: Então, lá você brinca e diverte.

C11: Isso, isso mesmo, lá eu tô indo pra me divertir de verdade, e parece que tem muito mais pessoas ao meu redor, assim, não sou só eu e a Leila. Eu não sei se você se lembra, mas o meu medo é que o fictício amante da Leila, invadisse onde que eu tô e fizesse alguma coisa comigo. Então lá a minha cabeça sabe que não tem essa possibilidade, entendeu?

T12: E lá a sua cabeça sabe que não tem essa possibilidade. E você brinca, se diverte e vai lá pra se divertir mesmo.

C12: É, isso mesmo. Lá é só alegria.

T13: E lá é só alegria. E o que mais você notou que está melhor?

C13: Eu já fiz caminhada.

T14. E você fez caminhada. E quando foi a última vez que você fez caminhada?

C14: Ah, tem uns dois dias.

T15: Tem uns dois dias.

C15: Isso.

T16: E onde você caminhou?

C16: Foi lá perto de casa mesmo. A gente mora próximo mesmo de um calçadão. Então eu fui lá e caminhei, assim, e foi muito legal! E eu tô muito feliz Welber porque mesmo com a crise, mesmo com tudo que a gente passou, com crise pesada e tudo mais, eu estou conseguindo voltar a mim mais rápido do que antes.

T17: Huuum, e como você tem conseguido isso? Voltar mais rápido?

C17: Por exemplo, eu começo a pensar que tem gente em casa, que vai invadir, que vai fazer alguma coisa comigo realmente, que as coisas vão acontecer e tudo mais, mas daí o que que acontece, eu começo a forçar minha cabeça que não é essas coisas, né, que eu estava bem até agora e vou continuar bem depois disso. Aí eu começo pensar, igual, ontem aconteceu a mesma coisa e não aconteceu nada, antes de ontem aconteceu a mesma coisa e não aconteceu nada depois. Eu tô usando muito isso como uma ferramenta muito forte, todos os dias que aconteceu a mesma coisa, não aconteceu nada comigo.

T18: Olha só, e você mesmo está fazendo isso.

C18: Sim, sim.

T19: E o que permitiu que você fizesse isso?

C19: O conhecimento disso agora que eu estou passando, do que a minha cabeça vê.

T20: E você mesmo criou essa ferramenta muito forte e começou a usar isso e ter um pouco mais de domínio.

C20: Isso.

T21: E como você chegou nessa ferramenta? Como você pensou nisso?

C21: Foi a Leila na verdade. A Leila me disse essa frase e isso ficou na minha cabeça.

T22: Qual frase?

C22: Você sentiu essa mesma sensação ontem e não aconteceu nada. Você voltou ao normal e não aconteceu nada. E antes de ontem também, e não aconteceu nada. Todos os dias que você pensa nisso, que você passa por isso, logo depois você fica bem. Então quer dizer que nada vai acontecer, mesmo que você ache com toda a sua força que isso vá acontecer. Depois que ela me disse isso, eu fiquei pensando nisso. Meu irmão também me disse a mesma frase, aí eu fiquei com isso na minha cabeça.

T23: E o que isso te proporcionou?

C23: Ah, um pouco mais de tranquilidade. Me senti um pouco mais tranquilo.

T24: Um pouco mais de tranquilidade…

C24: É, e essa noite eu consegui dormir umas 9 horas, eu acho. Eu fui dormir umas 8 horas da noite e acordei às 7 horas da manhã. Quase 12 horas de sono.

T25: Então você conseguiu dormir mais de 9 horas essa noite.

C25: É, e ontem a gente aproveitou, assistiu um filme, fizemos cachorro-quente, dormimos cedo, então aproveitamos bastante a noite e eu não acordei nem uma vez pra ir ao banheiro.

T26: E foi a primeira vez que você aproveitou pra assistir um filme e deitar mais cedo?

C26: Foi. Tinha tempo, tinha tempo que eu não fazia isso.

T27: E dormiu mais cedo, e assistiu um filme antes e aproveitaram bastante.

C27: Sim, sim, aproveitamos bem sim. E o medicamento também, que é bem forte.

T28: E você tomou o medicamento antes ou depois de assistir o filme?

C28: Antes e depois, porque eu tomo um no horário de mais ou menos 6 horas e depois, umas 7 e pouca eu tomo o outro.

T29: E no dia anterior?

C29: Eu tomei o medicamento do mesmo jeito e mesmo assim tive crise.

T30: E então, o que aconteceu de diferente entre esses dois dias?

C30: Foi o filme, uma tarde mais relaxante com a Leila, uma tarde sem muito estresse.

T31: E assistiu o filme, e a tarde sem muito estresse, mais relaxante.

C31: Isso.

T32: E isso fez uma diferença entre os dois dias. Pois o medicamento você toma no mesmo horário, isso? Mas ontem você fez algo diferente.

C32: Isso. Exato. A gente saiu do trabalho e passamos no supermercado e fizemos a comprinha, aí eu fiz um cachorrinho-quente pra gente comer e aí a gente comeu e aí vimos o filme e depois eu apaguei. Eu me lembro que eu tive vários sonhos nessa noite, fazia tempo que eu não sonhava assim, ou que eu não me lembrava dos sonhos, pelo menos. Mas nessa noite eu tive um tanto de sonho.

T33: Que tipo de sonho?

C33: Sonhos bons, sonhei com a minha mãe. E ela estava meio triste comigo, eu lembro dela me pedindo pra melhorar, no meu sonho. Ela disse, ‘poxa, mamãe tá tão triste, e eu quero ver você tão bem. E você continua desse jeito, quero que você saia disso.’ (A mãe é falecida) E ela falou só isso pra mim, no sonho assim, e a gente estava lá em casa, no quintal de casa assim. Depois eu sonhei com o meu pai, com o meu avô, foi muito bacana. Pescando com o meu pai e com o meu avô, foi muito bacana também.

T34: Que bacana!

C34: Faz tempo que eu não sonhava assim.

T35: E faz tempo que não sonhava assim, e sonhou, e dormiu bem na última noite.

C35: Nossa, muito bem! E acordei com uma preguiça!

T36: Muito bom! E tem mais alguma coisa que você notou que está melhor durante essa semana?

C36: Não, acho que foi isso mesmo. Eu continuo ainda com pensamentos, bastante, e pra mim é muito ruim, sabe Welber, mesmo sabendo que nada disso é verdade. Eu continuar pensando essas coisas da Leila assim, é uma coisa que me incomoda demais. Eu vejo que ela sofre com isso.

T37: E apesar de ter esses pensamentos você está conseguindo controlar com mais facilidade, está tendo um pouco mais de domínio, e quando você viajou, você viu que como você teve a intenção de brincar, se divertir, e estar próximo de outras pessoas, isso também auxiliou.

C37: É, e eu nem lembrava dos pensamentos.

T38: E fez caminhada, e quando fez caminhada, o que aconteceu quando fez caminhada?

C38: Ah, foi muito bom, eu me descontraí e fazia muito tempo que eu não fazia isso. E eu fiz duas vezes mais isso. E tenho que fazer mais, aumentar a frequência. Amanhã mesmo, por exemplo, eu vou fazer. Eu quero fazer todos os dias, pelo menos 40 minutos. Botar isso como meta.

T39: E amanhã mesmo vai fazer.

C39: Eu quero também mudar. E onde que a gente comprou agora, a casa que a gente comprou, tem uma coberturinha. E lá em cima assim tem uma área… e eu adoro plantas, eu adoro plantas, e eu quero fazer meu jardim novamente, porque tem a churrasqueira, a piscina e as coisas que eu gosto né, de mexer, e a piscina está limpinha e tem as outras coisas que eu vou fazendo, mexer com a churrasqueira, mexer com planta… planta pra mim é a melhor coisa do mundo. Eu adoro planta, adoro trabalhar com plantas, e, eu vou… como a gente está em processo de reforma ainda, eu pretendo fazer uma horta gigantesca lá em cima, uma horta com diversas opções de temperos, essas coisas. Minha sogra tá até vendo o melhor jeito de fazer isso pra mim. Eu acredito que isso vai ser uma terapia pra mim, um caminho de autocura. Eu adoro, adoro, adoro, adoro. Sou apaixonado. Eu tenho diversas plantinhas aqui já.

T40: Que bacana! E isso é um caminho de autocura, uma terapia.

C40: Isso.

T41: Ótimo João. E quando você sabe de tudo isso, o que você gostaria que acontecesse como resultado do nosso trabalho juntos?

C41: Gostaria que o dia de ontem se repetisse por diversos outros dias. Essa é a minha meta. E esse é o resultado que eu procuro com a nossa terapia. Que isso se repita todos os dias. Vão ter dias que são mais difíceis, eu sei que nem todos os dias são perfeitos, mas eu quero que pelo menos volte a ser como era, né, e isso não é ser um dia especial, mas mais um dia normal em nossas vidas. É isso que eu quero.

T42: E mais um dia normal nas suas vidas.

C42: Sim.

T43: Suponhamos que você hoje durma e aí algo acontece, e aí você já tem esse dia normal nas suas vidas, certo? E o dia de ontem já se repete todos os dias. Só que você não sabe disso porque você está dormindo. Quando você acordar, amanhã cedo, o que poderia ser um primeiro sinal, assim que você abre os olhos, que te informaria ou permitiria você saber que você está tendo um dia normal nas suas vidas?

C43: Olhar pra Leila. Olhar pra ela e ver a expressão dela. Eu sei qual é a expressão dela quando ela está triste e sei qual é a expressão dela quando ela está feliz.

T44: E olhar pra Leila.

C44: Isso. Acordar e olhar pra ela. Se eu olhar pra ela vou saber como foi a noite. Se foi uma noite agradável ou se foi mais uma noite de pânico, de tudo, de tristeza.

T45: E digamos que você ainda não saiba disso. E seja o primeiro dia desses dias normais das suas vidas. O que poderia ser um primeiro sinal, assim que acordar, de que esse dia normal está se iniciando?

C45: Ué, se eu acordar e fosse lá pra cozinha e fizesse o café e tudo isso continuasse, né? Se eu acordasse e fosse direto lá pra cozinha fazer o café, a Leila ligar a tv e eu preparar a mesa. Isso seria um sinal, né, opa, tá tudo normal por aqui, pois fiz o mesmo que faço todos os dias.

T46: Então, que você acordasse, fosse lá pra cozinha e fizesse o café…

C46: Isso.

T47: E que tipo de café é esse café?

C47: É um café, é, na verdade eu falei errado, na verdade é acordar, passear com a minha cachorrinha, Diana, aproveitar e passar na padaria que é como eu faço nos dias normais, sempre foi assim a vida toda, antes de isso tudo acontecer era assim que era todos os nossos dias. Eu acordava e ia na padaria todos os dias, comprava pão, voltava com Diana e botava a mesa e Leila acordava, já com a tv ligada e a gente tomava o café, juntos. Esses seriam os nossos dias normais.

T48: E o que aconteceria logo antes de você sair da sua casa com a Diana?

C48: Eu falaria com a Leila, daria bom dia pra ela, escovaria os dentes, faria mesmo o processo normal, colocaria uma roupa, dava um bom dia pra ela e falaria que eu iria passear com Diana, pra ir, né, fazer isso tudo.

T49: E onde você iria passear com Diana?

C49: Geralmente eu vou na padaria, que já é um caminho gostoso de fazer com ela.

T50: E quando você fosse na padaria com a Diana e fosse comprar o pão, enquanto você estivesse caminhando o que você iria notar de diferente?

C50: De diferente? Nada. Essa seria a minha rotina normal.

T51: E você iria acordar, ir ao banheiro, escovar os dentes, dar um bom dia pra Leila, avisar que estaria saindo pra passear com Diana e aí você iria passear com Diana até a padaria e comprar o pão.

C51: Isso. Geralmente no caminho tem meus amigos que são os amigos da Diana, que são os donos de cachorro que eu encontro na ida. Geralmente é assim que funciona.

T52: E o que esses amigos da Diana iriam notar? E quem poderia ser a primeira pessoa que você iria encontrar nesse trajeto?

C52: Tia Maria, é uma senhora que fica na esquina assim, que a Diana passa lá pra cumprimentá-la, ela vende umas coisas lá. E eu passo pra dar bom dia pra ela ou deixar a Diana lá enquanto vou na padaria comprar pão, pra Diana não ficar latindo enquanto vou lá. Eu costumava deixar ela lá, comprar o pão e voltar.

T53: E o que a Maria iria notar quando você deixar Diana com ela e dar bom dia?

C53: Que eu tô alegre, que eu tô normal, que é um bom dia realmente. É isso eu acho. Que eu tô mais feliz, que eu tô alegre, que eu tô normal.

T54: E como ela saberá isso? Que você está mais alegre, que tá normal?

C54: Pela minha fisionomia, pelo meu rosto. Eu me imaginando e falando aqui com você eu já estou percebendo e pensando como que eu estou. Dando bom dia, feliz… Eu já tô pensando, sentindo aqui como eu estaria lá.

T55: Então você daria bom dia pra Maria, deixaria Diana lá e ela notaria isso em você. E o que acontece em seguida?

C55: Eu volto, busco a Diana, e a gente vai caminhando rumo à nossa casa de novo. Eu chego, ponho o pão em cima da mesa, falo pra Leila que eu cheguei e vou lá no quarto com Diana pra falar o que ela fez durante o trajeto, se ela fez malcriação, se ela fez cocô ou não, aí volto pra lá, coloco a água pra ferver e vou fazer o café, e enquanto isso eu ligo o jornal.

T56: E aí você vai fazer o café. E o que acontece logo antes de você pegar o pão na padaria e pagar esse pão?

C56: Eu espero a menina… antes quando? Antes de eu pagar o pão? [aceno com a minha cabeça] Eu dou bom dia pra menina que vai pegar o pão pra mim. Olá, bom dia, quero três pães. E aí ela me dá esse pão. E aí eu pago e saio.

T57: E aí você paga e sai.

C57: É. E vou pegar a Diana.

T58: Então, você pagaria e pegaria a Diana. E antes de você encontrar a Tia Maria ou enquanto você está caminhando, você falou que teria os amigos da Diana [Isso]. E quem poderia ser um outro amigo da Diana que você poderia ter a chance de encontrar nesse trajeto?

C58: O Marcos, que tem a Pipoca. Ele tem uma cachorrinha que se chama Pipoca. Geralmente eu vejo ele também nas proximidades. Ou Laura que é outra que tem um cachorrinho que eu encontro ali no caminho às vezes.

T59: E qual deles você poderia encontrar primeiro?

C59: Ah, provavelmente o Marcos, é mais fácil encontrar com ele. O Marcos com a Pipoca.

T60: E o que o Marcos iria notar?

C60: Ia notar que é mais um dia normal e todos os dias ia ser sempre assim, que era mais um dia normal, que eu estou ali pra comprar pão e deixar Diana ali pra ir lá pra comprar pão pra voltar pra casa. Ele ia notar isso. Normal.

T61: E então você pegaria Diana e iria pra sua casa e aí ia colocar a água pra ferver, fazer o café…

C61: Isso. Faria meu cafezinho, colocaria o café na mesa e ia lá, ficar insistindo pra Leila levantar da cama.

T62: E ficaria insistindo pra ela levantar da cama.

C62: É, porque às vezes ela fica com preguicinha de acordar.

T63: E o que a Leila iria notar nesse momento em que você estivesse insistindo pra ela levantar da cama?

C63: Ela ia ficar rindo, perguntar se eu estava feliz, pedindo um abraço, que é o que ela faz sempre quando está deitada. Ela fala ‘me dá um abraço’, ela pede um abraço e eu abraço ela. Isso é o que a gente faz em todos os dias normais. Em todos os dias em que as coisas estão normais. Aí depois a gente levanta e vai lá pra mesa e fica tomando café durante 1 hora, quase. Conversando…

T64: E quando você está lá e ela pede um abraço e você dá nela e ela pergunta se você está feliz, e você está, o que isso te proporcionará?

C64: Mais felicidade ainda.

T65: Mais felicidade ainda.

C65: É, felicidade de saber que mais um dia a gente tá bem. E mais confiança de que a gente passou por esse período. Acho que na minha cabeça vem isso agora.

T66: E mais confiança, e feliz, felicidade. E quando mais confiança, onde é essa confiança?

C66: No peito assim, eu sinto aqui.

T67: Huum, e você sente aí no peito. [Isso] E onde especificamente no peito?

C67: Aqui. Quando eu respiro eu sinto aqui mesmo, perto do coração. Aquela… sabe quando você sente aquela emoção? Mesma emoção de ver quem você ama, da mesma emoção que você sente quando tá com saudade, exatamente aqui.

T68: E é dentro ou fora?

C68: Dentro.

T69: E onde especificamente dentro do peito?

C69: Dentro do coração mesmo, eu sinto. Dentro do coração assim. Eu consigo sentir isso.

T70: E dentro do coração mesmo.

C70: Isso. Onde passam todos os outros sentimentos. Aqui mesmo, aqui dentro.

T71: E essa confiança dentro do coração, onde passam todos os sentimentos, tem um tamanho ou forma?

C71: Tem. Pensando dessa maneira de como foi o dia hoje, como foi o dia hoje do nosso imaginário, essa confiança está lá em cima, tá deste tamanho [mostra o tamanho e posição com as mãos] e penso que nem cabe no peito.

T72: E desse tamanho aí e nem cabe no peito…

C72: Não. Do tamanho de uma melancia gigante.

T73: Do tamanho de uma melancia gigante. E essa confiança, no peito, no coração, é como o quê?

C73: Eu consigo ver ela como uma coisa boa, uma coisa leve, uma coisa leve, fico pensando dessa forma.

T74: E ela é leve como o quê?

C74: Como um pedaço grande de algodão. Eu consigo sentir isso, ela é leve.

T75: E é como um pedaço grande de algodão. E que tipo de algodão é esse algodão?

C75: É aquele algodãozinho que é branquinho cheio de dobrinhas assim. Não sei se você já pegou e fez um bolo de algodão assim juntando todos, aquela bolona fofinha e levinha, é exatamente assim.

T76: E essa confiança é como aquele bolo de algodão, fofinha, levinha, no coração. E como essa confiança, é lá no coração, como essa bolona grande, o que acontece?

C76: Agora eu tenho mais fé e acredito que eu possa fazer isso amanhã de novo. Tendo essa confiança desse tamanho.

T77: E você tem mais fé, de que possa fazer isso de novo…

C77: Isso. Acordar, pegar Diana e passear, ver a Pipoca com a Maria e fazer isso de novo e de novo e de novo e de novo.

T78: E essa bolona de algodão aí, no coração. E tem mais alguma coisa sobre esse algodão?

C78: Não, eu acho que é isso assim.

T79: Então você dá um abraço nela, e há essa bolona de algodão, essa confiança, e, o que acontece em seguida?

C79: Ela me dá, ela me retribui esse abraço e a gente levanta. A gente levanta e vai sentar na cadeira pra tomar café.

T80: E como vocês sentam na cadeira pra tomar café, o que isso te proporciona?

C80: Nossa, um prazer gigantesco, eu amo tomar café. É a refeição mais gostosa do dia. Pra mim é a melhor refeição do dia. Desde que eu e Leila começamos a morar juntos, a minha maior satisfação é isso, acordar, ir na padaria, comprar pão, fazer o café e colocar a mesa pra ela quando ela acordar. Isso me dá uma satisfação tão grande Welber. Tão grande, tão grande. E só de eu falar eu já sinto o prazer, dentro do peito. Só de falar eu já fico feliz falando.

T81: E você sente esse prazer e fica feliz falando. E onde você sente esse prazer?

C81: No mesmo lugar. É basicamente no mesmo lugar onde estão todos os meus sentimentos bons. Onde quando eu fico feliz eu sinto aqui [toca o peito].

T82: E tem um relacionamento entre aquele algodão branco e esse prazer?

C82: Tem, todos eles estão reunidos na verdade. Porque tudo faz parte de uma coisa só, sou eu, a minha felicidade. Eu acho que felicidade resume isso.

T83: E por quanto tempo vocês tomam café?

C83: Ah, depende muito, às vezes vai do jornalzinho das 7 até 8 horas que é hora de tomar banho. Até umas 7h35, e aí a gente começa a parar. Aí Leila pega a xícara e vai pro sofá e eu já terminei de comer e ela pega a xícara com um pouquinho mais de café e vai pro sofá e fica lá enrolando com essa xícara de café até 8 horas. Até quando eu peço a ela pra já tomar banho primeiro que eu, porque ela sempre demora um pouco mais e eu falo ‘ó já está na hora de tomar banho!’ Aí ela já vai e toma banho, né, e eu vou ficar esperando e organizando a minha roupa pra ir pro trabalho.

T84: E que diferença isso faz pra você? Ter tomado esse café, nesse tempo?

C84: Ah, pra mim é muito legal. Eu não gosto de tomar café corrido. Eu acho péssimo tomar um café rápido, tipo engolir o café e sair. Eu não gosto. E como a gente acorda seis e pouco da manhã e o trabalho só começa às 9h, nós temos muito tempo de manhã pra fazer coisas. Eu gosto desse tempo, não é todo mundo que tem essa chance de fazer alguma coisa, de ficar junto, de fazer um café da manhã gostoso. De tomar um café da manhã gostoso.

T85: E então, depois desse período você fala com ela que está na hora de tomar banho e ela toma banho, e o que acontece em seguida?

C85: Ela termina de tomar banho e vai se arrumar e eu termino de tomar banho e me arrumar e a gente vai pro trabalho. A gente desce, pega o carro e vai pro trabalho.

T86: E o que acontece em seguida?

C86: Aí quando chega no trabalho a gente vai fazer algumas coisas. Ela começa responder alguns clientes e eu fico no escritório e vou ver se tá tudo certo com os funcionários e daí por diante.

T87: E o que esses funcionários irão notar quando você for ver se tá tudo certo com eles?

C87: Nada. Eles vão me dar bom dia e vão perceber que está tudo normal, que é só mais um dia normal pra gente viver. Mais um dia de rotina nas nossas vidas. Um dia bom.

T88: E o que acontece em seguida?

C88: Em seguida a gente fica aqui, a gente trabalha um de frente pro outro. E a gente começa a responder clientes e atender clientes que chegarem na empresa ao longo do dia. E pensar se a gente vai fazer alguma coisa, falar sobre o que a gente está precisando fazer para a empresa, essas coisas, conversando coisas da empresa mesmo.

T89: Ótimo. E depois?

C89: E depois a gente vai almoçar, quando dá a hora do almoço. Aí vamos almoçar. A gente almoçava juntos. A gente tinha perdido esse hábito mas agora a gente voltou de novo por conta das minhas crises, pra não ficarmos tanto tempo afastados. Daí ela vai almoçar e eu vou junto com ela. E a gente come alguma coisa e volta pra empresa e fica esperando chegar cliente. E quando chega um cliente eu vou atender, isso é o que eu amo fazer. E então chega um cliente, eu atendo e a gente brinca e faz café e a gente fica conversando um com o outro às vezes.

T90: E quando você faz café, o que acontece?

C90: Ah, a gente fica muito feliz, a gente ama café. A gente faz café e senta um de frente pro outro tomando seu cafezinho.

T91: Huum. E o que ela irá notar nesse momento quando vocês ficam ali tomando seu cafezinho?

C91: Que as coisas estão normais e muito boas.

T92: E como ela saberá disso?

C92: Olhando pelo meu rosto, olhando pra minha felicidade. Olhando pra minha fisionomia ela vai saber. Tipo, ó, você tá feliz. João tá feliz hoje ele não tem nada, e não tá passando nada na cabeça dele. Porque ele já fez café, ele já passeou com Diana… então, por tudo o que eu já fiz durante o dia, ela irá perceber que estou bem. Que voltei ao meu normal.

T93: E o que acontece em seguida?

C93: Depois do café a gente continua trabalhando e quando dá umas 5 horas a gente coloca a coleirinha na Diana e vamos passear com ela antes de ir pra casa. Depois a gente volta, fecha a empresa e voltamos pra casa. Às vezes a gente para na pracinha dos cachorros que é caminho de casa, que é o lugar que Diana mais ama no mundo. Ela começa a latir igual uma louca quando a gente tá passando por perto… Eu tenho que te falar desse lugar, que é a pracinha porque a pracinha é um lugar muito importante pra mim e pra Leila. Lá nós nos sentimos muito felizes porque a Diana tá muito feliz e nós encontramos todos os nossos amigos de cachorros, temos diversos amigos de cachorros. Tem Ana, tem né, tem o pessoal, tem os donos do Ralph, tem a mãe da Lassie, que são uns cachorrinhos fofos, tem a Carla, tem diversos amigos nossos lá. Eu falo pra Leila que às vezes a gente sai aqui da empresa assim numa pilha de nervos, daí a gente para meia horinha lá pra Diana brincar com os amiguinhos e a gente conversar com o pessoal.

T94: E você poderia dar essa parada nessa pracinha.

C94: Isso. De preferência num dia perfeito como o que estamos vivendo hoje eu pararia na pracinha, que é muito bacana.

T95: E pararia na pracinha. E o que você iria notar lá? Quando você parasse lá?

C95: Eu iria notar que o dia está caminhando para ser um dia perfeito, porque tomar um café de 1 hora, acordar e passear com Diana, passar na padaria que a gente mais gosta, tomar o nosso café da tarde e passar na pracinha, seria um dia mais que perfeito. Que é o nosso dia preferido.

T96: E o que isso te proporciona, quando você notar isso?

C96: Exatamente o que eu quero buscar pra mim que é uma felicidade imensa, extrema assim, isso é, Welber, se eu te falar, esse dia que a gente está resumindo, eu posso te falar que é o melhor dia do mundo. Pra muitas pessoas, se eu contar sobre esse dia, a pessoa vai olhar e falar nossa, que dia chato e monótono. Mas se eu te falar o tanto que isso significa pra mim. O quanto que esse dia significa pra mim. E às vezes eu tô tão mal-humorado que eu não quero brincar com Diana, não quero parar na pracinha, os pensamentos tomam tanto conta de mim, que eu não quero fazer nada disso. Eu só sentar e ficar quieto pensando nisso, mas, nesse dia que estamos vivendo, como é um dia muito bacana, seria assim o ápice do ápice da minha felicidade, assim. É o meu dia perfeito. Que é o dia que vou chegar em casa, fazer alguma coisinha pra gente comer, ligar a tv e assistir Master Chef, assistir alguma coisa que a gente gosta de ver, depois escovar os dentes e ir pra cama dormir.

T97: E você sairia da pracinha e iria pra casa…

C97: É. E arrumaria alguma coisinha pra comer.

T98: E arrumaria alguma coisinha pra comer. E que tipo de coisinha poderia ser?

C98: Ó, por exemplo, de tarde a gente costuma fazer um lanchinho. E no friozinho assim geralmente, quando tem capeletti, a gente faz um capelettinho bem quentinho com queijinho ralado, pra assistir uma programa de tv. Então, eu terminaria o meu dia perfeito, eu terminaria da seguinte forma; eu chegaria em casa, a gente faria um capeletti, aí, eu brincaria um pouquinho com Diana no sofá, ela adora brincar no sofá, ficar mordendo a minha mão no sofá assim. Depois eu tomaria meu capelettizinho, vendo tv até começar dar sono, aí lá pelas 10 horas assim, a gente vai lá e escova os dentes e coloca o pijama, né, a gente já tinha tomado o banho no caso, né? Ah, nossa, que delícia, que delícia de dia. E esse seria meu dia perfeito.

T99: Então você chegaria, digamos que você fosse fazer um capeletti, quando você fosse fazer esse capeletti, você chegaria lá da pracinha, e o que você faria em seguida, logo depois de chegar em casa?

C99: Eu deixaria as coisas no lugar, né, e depois eu ligaria a televisão e como eu te disse, já tomaria banho, direto pro banheiro e voltava pra fazer o capeletti.

T100: E essa televisão estaria em algum tipo de programa específico?

C100: Geralmente no programa dos obesos dos Estados Unidos, que a gente assiste direto, não sei se você já chegou a ver. Então, a gente assiste esses canais assim. E como eu gosto de cozinhar, a gente adora ver programas de comida também. Então, nesse dia a gente faria isso. Ligaria a tv num programa desses assim e faria o capelettizinho. E depois, voltando com o capeletti lá no sofá assistindo televisão, a gente ficaria lá curtindo esse momento.

T101: E comeria capeletti, e logo após?

C101: Logo após, a gente ficaria de dengo no sofá. Dengo que a gente fala é a Leila geralmente com o pé em cima da minha perna pra mim fazer carinho nos pés dela, que ela adora, e eu adoro fazer, e até isso eu tinha mudado, não tinha feito mais, mas eu adoro fazer carinho nos pezinhos dela. Aí eu ia ficar fazendo isso até dar soninho, aí depois, quando eu termino de fazer eu peço também, e aí eu adoro e ela faz carinho na minha cabeça até dar sono. E aí, deu sono, a gente vai escovar os dentes e deitar.

T102: Huum.

C102: Deitando, eu vou fazer minha oração. Que é o que eu faço geralmente quando eu não estou em crise. Eu vou agradecer a Deus por esse dia maravilhoso que eu tô tendo, que eu tô feliz só de passar esse dia aqui com você! De estar passando esse dia aqui com você aqui. Eu consigo sentir essa alegria, ela já está aqui. [Coloca a mão sobre a região do coração]

T103: E aí no coração onde passam todos os sentimentos bons, e há esse algodão branco e essa confiança. E há essa fé.

C103: Exato. Essa fé de que todos os dias vão ser assim. Que eu possa fazer com que todos os dias sejam assim. Mesmos os dias que tiverem imprevistos aqui na empresa, de nervosismos de coisas ruins, eu vou chegar em casa e vou ter esse dia ótimo com a Leila. Que independente disso, estaremos felizes na nossa casa nova. Que é uma casa que a gente lutou muito pra conseguir.

T104: Certo. E você faz oração, e então, o que acontece?

C104: Aí eu deito. Aí é deitar e dormir.

T105: E aí é deitar e dormir.

C105: Nesse dia é, porque não penso em nada.

T106: Ótimo. E considerando esse dia perfeito, e o momento em que você está agora e tudo isso que você sabe, ao longo dessa última semana e desse ponto em que estamos, numa escala de 0 a 10, sendo 10 esse dia perfeito e 0 aquele momento antes de iniciarmos a terapia, onde você está agora, numa escala de 0 a 10?

C106: Agora, nesse momento eu tô no 10.

T107: Considerando esse momento em que você está conversando comigo, onde você está agora em relação a esse dia preferido, nessa escala de 0 a 10?

C107: Entendi, entendi. Nesse momento, no 6.

T108: No 6. E o que permitiu você chegar no 6? O que você permitiu que você chegasse no 6 e não no 5 ou 4?

C108: Meu conhecimento dessas coisas, que eu tô tendo. Isso me permitiu chegar no 6.

T109: E o seu conhecimento dessas coisas que você está tendo.

C109: Isso. Mas ao mesmo tempo que me sinto no 6, a qualquer momento eu posso ir lá pro 0, sabe? Esse é meu medo, de estar no 6 e ir pro 7, pro 8, pro 9 e 10 e voltar pro 0.

T110: E você está no 6 e ter aquele conhecimento foi que permitiu estar no 6.

C110: Sim. Foi esse conhecimento. Isso está fazendo toda a diferença, por mais que isso tá difícil pra mim como tá, é muito triste saber que posso regredir, eu posso terminar a consulta com você aqui agora e meu pensamento me dominar e eu descer de novo.

T111: E considerando a última semana, e esse futuro ideal, nesse momento você está no 6. Apesar de em alguns momentos, como anteontem, você ainda ter tido aqueles pensamentos. Ainda assim, hoje, você se sente no 6, por causa do conhecimento.

C111: Isso. Exato. É e teve as coisas né, eu assisti o filme. E tem o filme antigo que a gente assistiu também, a gente assistiu ‘Curtindo a Vida Adoidado’, a gente tá vivendo um momento aqui que a gente tá pegando uns filmes antigos pra assistir. A gente assistiu Forrest Gump, dias atrás agora, que é um filme que eu adoro, não sei se você já viu.

T112: E foi nessa última semana também?

C112: Foi, foi depois que a gente já conversou.

T113: Então você assistiu filme duas vezes?

C113: É, é mesmo! Assisti duas vezes.

T114: E o que aconteceu quando assistiu o filme da outra vez?

C114: Aconteceu a mesma coisa. Assistimos o filme, ficou tudo bem e fomos dormir.

T115: E o que isso demonstra pra você?

C115: Tô percebendo que tudo que, toda a vez que eu fujo da minha rotina, os pensamentos ficam mais fortes. Mas se eu continuar com a minha rotina normal, os pensamentos ficam mais fracos. Eu vou dando um pouco menos de ênfase pra eles. Conversando com você aqui agora, tô percebendo isso, por exemplo, no dia que a gente assistiu Forrest Gump também, foi um dia muito legal. Foi, foi, eu lembrei. E foi por causa de um comentário que eu fiz pro meu amigo, que disse que queria montar um negócio com camarão, e aí eu lembrei de Forrest Gump, que no filme, ele quer ter um barco de camarão. Aí eu brinquei com isso e falei com Leila, que a gente podia assistir amanhã o Forrest Gump. Foi isso. E eu botei isso na cabeça e no outro dia a gente fez uma programação, fizemos pipoca e foi um dia muito gostoso.

T116: E nesse dia anterior, que você fez o comentário, onde você estava?

C116: Eu tava em casa mesmo. Meu amigo tinha viajado e daí ele chegou e foi lá pra casa na quinta. E nós já tínhamos feito uma sessão. Foi um dia depois da nossa sessão. Aí ele foi lá pra casa e a gente ficou lá em cima lá fazendo um churrasquinho e aí ele falou que queria fazer esse negócio com camarão e eu brinquei com ele e fiquei comentando do filme. ‘Você nunca assistiu?’ E ele falou não e eu falei que ele tinha que assistir que era muito bom. Aí eu falei pra Leila que a gente ia assistir no outro dia.

T117: E nesse dia que você falou com ele sobre Forrest Gump, o que aconteceu, logo depois que terminou o churrasquinho?

C117: A gente foi pra cama. Nesse dia eu tive crise, acredita? Mas foi uma crise leve que eu consegui controlar.

T118: E foi leve e conseguiu controlar.

C118: É. Mais leve. E eu tava só meio com sono e com medo de dormir, assim. Eu não fiquei caçando nada, nem ninguém dentro de casa, nada disso. Foi uma crise mais leve.

T119: E essa foi a primeira vez que foi mais leve assim?

C119: Foi, foi, foi a primeira vez.

T120: E no outro dia você assistiu o filme.

C120: Foi e foi muito bom.

T121: E você assistiu um filme ontem também.

C121: É, e assisti ontem de novo.

T122: Então, você já havia assistido um filme, algo semelhante ao que fez ontem. E isso, assim como um churrasquinho ou evento ajuda de alguma forma.

C122: Eu tô percebendo que toda vez que eu faço algo diferente assim, mesmo que dá a crise, ela não é forte ou nem tem nada.

T123: E isso é uma indicação de que você está no 6 e não no 5 ou 4?

C123: É. É isso que me faz sentir que estou no 6.

T124: E o que mais você notou que permitiu você sentir que está no 6? Apesar de ter ocorrido algumas crises na última semana.

C124: Pra mim, mesmo estando no extremo de uma crise como antes de ontem, pra mim foi o fato de eu saber, que isso é aqui na minha cabeça. Que tudo o que acontece, tudo o que eu vejo, mesmo que eu estou vendo ali, eu acredito, hoje, que é mentira. Que isso não existe. Que isso é coisa da minha cabeça. E isso está entrando na minha cabeça aos poucos. Eu tô percebendo que está entrando. E mesmo que a crise venha, eu vou ficar na minha cabeça que isso não existe, que isso é mentira.

T125: E agora você acredita que é mentira e isso está entrando na sua cabeça. Devagar, mas tá entrando. E por onde isso está entrando na sua cabeça?

C125: Eu fico verbalizando essas coisas pra mim, falando que isso não é verdade. Às vezes vem pensamento, mas quando eu percebo que quando eu verbalizo, e de verdade eu falo, e eu me ouço falando, eu acho que isso fortifica.

T126: E de onde vem esse verbalizar?

C126: Esse verbalizar vem da minha vontade de acabar com isso, parar os pensamentos ruins. Aí eu verbalizo pra ver se esses pensamentos vão embora.

T127: E como você soube que era para verbalizar naquele momento?

C127: Porque eu começo a sentir essa pressão, essa mão suando, eu começo a olhar pros cantos, quando o pensamento começa vim. Primeiro vem um pensamento lá de longe, tipo, ‘por qual motivo aquilo está fora do lugar?’ Por exemplo, ontem a porta estava destrancada. Eu cheguei e a porta estava destrancada. Isso já era um motivo pra eu ficar pensando nisso. Isso seria um gatilho pra mim. Aí eu opa, não, não, eu hein, esquece! Hoje, esquece. Eu vou deixar isso ali, senão vou ter outra noite daquela. E acabou que a gente fez cachorro-quente e eu acabei esquecendo disso, foi embora.

T128: E você verbalizou isso. Falou em voz alta pra você mesmo ouvir.

C128: Sim, falei.

T129: E o que aconteceu logo antes de você verbalizar?

C129: O pensamento já veio com tudo assim, já estava querendo crescer com força na minha cabeça. E eu tinha certeza que ia dar um crise pesada.

T130: E o que aconteceu em seguida?

C130: Daí eu verbalizei e eu falei não, isso aqui está do mesmo jeito, como sempre esteve ontem, como sempre esteve antes de ontem, e não é por conta disso. Aí eu lembro que eu tinha ido fazer alguma coisa no banheiro. E eu percebi essa coisa assim, né, que não estava no mesmo lugar, que a chave não tava na mesma posição, mas eu sei que tava, do jeito que deixei, ficou. Mas assim, veio na minha cabeça pra pensar que não tava, justamente pra eu suspeitar disso. Ah, lembrei, lembrei. Foi na hora que eu fui pegar alguma coisa no quarto, onde que tá minhas coisas, e lá tem uma porta com uma chave e eu olhei pra chave assim, e na minha cabeça ela tava diferente, mas, eu percebi que não. Aí logo nesse momento que eu vi. Já veio esse sentimento de fazer, de me boicotar, sabe? Não, a chave está fora do lugar, tem alguma coisa errada aqui. Entrou alguém aqui dentro de casa. E é isso que acontece comigo todos os dias de crise. Eu vejo alguma coisa que não é real, mentalizo que aquilo é real. E começo a dar força pra aquilo. E começo a tentar pensar naquilo. Aí, no momento que eu comecei pensar naquilo, eu já começo a me forçar a não pensar mais. Aí que está o segredo. Se eu começo a pensar e se eu olhar assim, opa, agora já era, agora acabou, aí já não tem mais jeito, aí começa vim. Só que ontem eu fiz diferente. Ontem eu vi que ia começar e eu verbalizei. Falei não, a chave estava no mesmo lugar e hoje não vai acontecer nada.

T131: E você verbalizou.

C131: Eu verbalizei falando e me ouvindo.

T132: E o que aconteceu entre esse tempo em que você teve essa percepção, essa consciência e verbalizou? Nesse pequeno instante entre você verbalizar e ter consciência?

C132: Lembrei. Eu consigo me lembrar exatamente do sentimento. Me deu um sentimento até de graça, de pensar assim, nossa, de novo não.

T133: E deu um sentimento de graça.

C133: É, de achar graça daquilo, é, tipo, até parece que isso vai me boicotar. Aiai, até parece que vai acontecer de novo. É isso, foi exatamente isso que eu pensei. Até parece que vou deixar isso acabar com o meu dia. E não deixei mesmo não. E realmente, assim, Welber, foi muito, foi muito fera, porque eu tô me lembrando disso assim com você e foi muito fera, de eu ter percebido e não ter deixado.

T134: E onde é esse sentimento de graça?

C134: É no mesmo lugar de sempre também. É do coração também, veio do coração.

T135: E veio do coração. E tem algum relacionamento com aquele algodão branco grande?

C135: Não, não. Ele fica separado aqui no canto. Eu não sei se é um sentimento que eu sinto ele. E eu senti ele e disse ‘besteira, até parece que isso vai acontecer de novo’. É uma coisa boa, me deu confiança.

T136: E deu confiança, e ele é separado. E onde é esse sentimento quando ele é separado?

C136: Ele fica num cantinho aqui dele. É só um sentimento normal mesmo. E ele aparece raramente e ele não é um sentimento que aparece muito não.

T137: E esse sentimento de graça.

C137: É, de achar graça assim das coisas.

T138: E como esse sentimento de graça fica aí no cantinho do coração, separado e não é de aparecer muito não, onde especificamente no cantinho?

C138: Ali pertinho mesmo. Pertinho da confiança ali.

T139: E o que há entre esse sentimento e o algodão?

C139: Eu percebo que eles estão no mesmo espaço, mas estão separados somente por serem sentimentos diferentes.

T140: Huum. E esse sentimento de graça tem uma forma ou tamanho?

C140: É de uma forma de uma maçãzinha ali, vermelhinha, da cor de uma maçãzinha, sem folhas, só vermelhinho.

T141: É como uma maçãzinha vermelhinha ali no cantinho. E como há essa maçãzinha ali no cantinho e naquele instante há um momento de graça, o que acontece com essa maçãzinha?

C141: Ela fica, eu percebo que ela fica maior quando tem esse sentimento de graça, ela cresceu um pouquinho. Ela deu uma aumentadinha de tamanho, tipo, ‘opa! Você nem tava aqui e já apareceu!’, você entende, então, é assim.

T142: E ela dá uma aumentadinha de tamanho. E como ela dá essa aumentadinha de tamanho o que acontece com o algodão?

C142: Ele fica junto ali com ela, compartilhando do mesmo sentimento. Fica junto ali compartilhando do mesmo sentimento.

T143: E quando eles ficam ali compartilhando do mesmo sentimento, o que acontece com aquele pensamento anterior?

C143: Ele vai embora. Ele simplesmente fica quietinho. Eu fiz isso hoje, você acredita? Fiz isso hoje. Hoje de manhã, vou te contar uma coisa, é que logo que eu acordei eu disse pra Leila que essa noite, não sei se foi sonho mas eu tinha ouvido barulho de porta. E veio um pensamento, olha só o pensamento que veio na minha cabeça Welber, que enquanto eu dormia alguém veio visitar a Leila durante o meu horário de sono pra ver ela e aconteceu alguma coisa durante esse processo em que eu dormi. Hoje de manhã veio esse sentimento. Eu nem comentei com ela, mas ela percebeu que eu estava diferente hoje de manhã. Já começou cedo, mas o que que eu fiz, bem, eu tinha que descer o lixo, tinha muito lixo pra descer, daí eu continuei com esse pensamento e sentimento de que alguém tinha vindo lá em casa enquanto eu dormia essa noite, aí fiquei pensando e aí a Leila ficou lavando vasilha, e eu fui descer. Olha o que que eu fiz, eu desci com as primeiras sacolas, eu subi e fui olhar quantas vasilhas a Leila tinha lavado nesse intervalo de tempo. Pra que que eu fiz isso, pra saber se ela tinha realmente lavado as vasilhas ou tava mexendo no celular enquanto eu desci, entendeu? Logo depois, o que eu fiz, eu peguei e falei pra mim mesmo, de novo, ‘não vamos deixar isso acontecer de novo. Isso é coisa da sua cabeça e não tem como, isso é impossível. É impossível, enquanto você dormia um monte de porta se abrir, a pessoa entrar aqui dentro da casa sem você ver ou ela sair do seu lado da cama sem você ver, isso é impossível de ter acontecido.’ Aí vem aquele momento de graça, tipo, olha só as coisas que eu penso! [risadas] Aí, depois disso, foi embora e até agora eu não penso mais, eu não pensei mais nisso depois que aconteceu. Então eu percebi que eu tô com uma ferramentinha e que eu tô começando a, você sabe, é claro que ainda vou ter crises, ainda vou caçar bichos que não existem, vou falar muita coisa pra ela que não é verdade, isso eu tenho certeza, mas uma coisa eu estou percebendo, que a minha ferramenta que a gente conversou junto aqui, ela tá me fortalecendo a cada dia, por exemplo, onde que eu ia começar a dar início numa coisa como eu dei hoje, e foi um gatilho forte tá, esse negócio que eu tive, e me veio esse gatilho assim e eu consegui pegar, falar comigo e achar graça daquilo, olhas as ideias! Eu olhei assim e puta que pariu, que coisa doida.

T144: E você achou graça, e a maçãzinha aumentou e esse algodão cresceu junto.

C144: Isso, cresceu junto e aí eu fui pra empresa e esse pensamento sumiu, deixei ele num canto que eu nem sei onde estava e ele foi embora e por isso, eu acho que eu tô evoluindo.

T145: Então você repetiu o mesmo que você fez ontem. E você fez hoje de manhã também.

C145: Exato. E eu fiquei com medo porque ontem foi bem fraquinho e hoje foi bem mais forte, foi uma coisa que veio mais forte. Veio pra me colocar numa crise logo cedo assim, mas eu percebi na hora, só que aí eu usei a ferramenta que eu usei ontem também. Eu verbalizei, eu falei ‘ó, vamos parar pra analisar? Isso é possível mesmo? Seria possível? Vamos voltar aqui pro mundo real. Como seria possível? Lá em casa é tudo com fechadura eletrônica com senha, chave tetra embaixo, no corredor tem outra chave e no nosso quarto tem outra chave! Como ela poderia acordar, sair por esses montes de chaves sem eu perceber e depois voltar pra cama sem eu notar isso acontecendo?’ Então, assim, isso só pode ser coisa da minha cabeça. Aí eu verbalizei isso falando alto pra mim mesmo, e aí levei o lixo lá fora, e quando subi, subi tão tranquilo que acabei nem observando a quantidade de vasilha que ela lavava, nem observando mais nada, você entende? Da mesma maneira que ele chegou eu deixei ele ir embora.

T146: E o que saber de tudo isso lhe proporciona?

C146: Ah, me proporciona mais confiança. Hoje a confiança é a palavra! E eu sei que se eu continuar fazendo isso toda a vez que vier alguma coisa, por exemplo, eu vou chegar com ela em casa e vou ouvir um barulho estranho e eu sei que podem acontecer diversos barulhos que acontecem todos os dias e, ao ouvir esses barulhos, eu posso não pensar na pior coisa, vou pegar e falar pra mim ‘como pode, eu passei o dia todo fora, com tudo trancado com as minhas chaves, com fechaduras de senhas, tudo trancado e, como pode alguém ter entrado aqui sendo que só eu e ela sabemos como abrir aqui?’ Eu vou verbalizar isso pra mim e vou ver o quão ridículo isso é e aí eu vou mandar isso embora.

T147: E como há essa confiança e você sabe disso tudo, o que você sabe sobre você agora?

C147: Agora eu sei que eu sou uma pessoa feliz e sei que sou uma pessoa boa, que sou bom no meu trabalho. Sei que eu sou uma pessoa normal como todo mundo é. E tenho as minhas dificuldades como todo mundo tem e que estou passando por uns problemas sabendo que isso vai passar. Eu acho isso assim. Eu estou em um momento de crise, mas isso vai passar. É isso que eu penso.

T148: E tem mais alguma coisa que você sabe sobre você agora?

C148: Eu sei que eu preciso muito valorizar tudo o que eu tenho e tudo o que eu já conquistei. Eu acho que sou um cara muito, muito, muito forte pra chegar onde cheguei apesar de tudo o que estou passando, e conquistar o que eu conquistei. E tendo ao meu lado a pessoa que eu tenho. Então, além de ser forte eu tenho muita sorte também pra ter uma pessoa como ela do meu lado.

T149: Muito bom! E como você sabe de tudo isso e tem tudo isso, tem mais alguma coisa que você necessite agora, antes de encerrarmos?

C149: Não.

T150: E esse é um bom ponto pra encerrarmos?

C150: É excelente, de verdade! É excelente! Obrigado Welber, me ajudou bastante!

Viva a sua Jornada!

Há um ponto de partida, um ponto de chegada. Um caminhar de aprendizagem, superação e descobertas. Essa é a metáfora da jornada, um rito de passagem entre fases da vida. O antigo dá lugar ao novo.

Para todos nós, existe um momento de ruptura, um convite para reinventar-se. Para alguns, é uma questão de transcender a dor, encontrar a recompensa após uma extensa caminhada. Poder olhar para trás com orgulho e gratidão por encontrar um novo sentido, uma nova vida. Para outros, é uma questão de desafiar os próprios limites, expandir horizontes e ter um propósito. É também poder usufruir de novas descobertas e significados, autenticidade. Ter o prazer de ir além do que acreditava ser possível. Viver sua jornada, é honrar a si mesmo(a)!

Welber Silva

A Prática Autocriativa proporciona um autêntico autoconhecimento, do qual descobertas profundas e transformações ocorrem naturalmente por meio da sabedoria e criatividade que todos nós possuímos e que são únicas para cada um de nós. É um convite para o autocriar, um exercício de arte e consciência, uma construção essencial de novos significados.

FACILITADOR

Welber Silva

Psicoterapeuta desde 2004, Welber Silva é desenvolvedor do Diálogo Autocriativo – modelo da Terapia Breve Focada em Solução de Insoo Kim Berg e Steve de Shazer, que combina a Abordagem Focada em Solução com o Clean Language de David Grove.

Apaixonado por Clean Language, tem sido responsável pela introdução da Modelagem Simbólica de James Lawley e Penny Tompkins desde 2018 no Brasil. É fundador e professor do Instituto Clean Language Brasil.

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